Gabriela Ely - Psicanalista
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sábado, 4 de fevereiro de 2017

A educação e a escola na atualidade


Como pensar a educação em uma sociedade em que a autoridade está fora de moda, inclusive a autoridade dos professores? Percebemos que nas escolas já não se trata mais de obedecer ou respeitar os professores, ou sequer de creditá-los um suposto saber. O saber encontra-se no bolso, sr. Google está sempre a mão.
Pais e professores já não atuam em parceria de trabalho na educação dos jovens, muitas vezes os pais são aliados dos filhos contra os professores. Os professores assim já não são respeitados em suas responsabilidades,  são desqualificados e se tornam muitas vezes impotentes. 
Ao apoiarem os filhos sem restrições os pais não possibilitam que seus filhos se ajustem a realidade, se desenvolvam e possa criar invenções frente a realidade que encontram, se trata mais de que a realidade se adéqüe a criança.
Para os professores é preciso invenção, é importante apoiarem uns aos outros em sua causa, a da paixão pelo conhecimento para despertar nos alunos desejo de saber. Para a sociedade é importante valorizar a educação, os professores, as escolas. A escola tem papel essencial na vida dos sujeitos, é a cultura que permite que a criança aprenda muito mais do que o relacionado ao intelectual, há uma aprendizagem além, aquela da vida, aprender a viver!

Adolescência


A adolescência é a etapa da vida do sujeito em que há uma mudança essencial. Essa mudança diz respeito ao amadurecimento do corpo, em que novas sensações se impõem ao sujeito ocasionando quase que no surgimento de um novo ser. 
Nesse período o adolescente se encontra-se entre seu ser da infância e seu ser de adulto. O adolescente tem de lidar com a mudança de seu objeto de amor, seu primeiro objeto: a mãe, o familiar agora já é suficiente, surge a necessidade de se haver com outro parceiro amoroso. Desse modo, o adolescente terá de se posicionar frente à autoridade parental e frente ao outro sexo.
         Há um afrouxamento do relacionamento familiar que lhe foi de suma importância durante sua vida para se lançar em novas experiências. Esse processo que tem enorme significância para a vida do sujeito é também um processo doloroso, pois já não se pode contar mais com mecanismos que construiu na infância como norteador. Surge algo novo que é difícil de nomear e não mais compatível com o infantil. 
O determinante na adolescência é que tipo de invenção o adolescente irá realizar frente às questões que o período da adolescência lhe  impõe. A psicanálise procura propiciar espaço de escuta e auxilio para que o sujeito possa encontrar uma forma singular de ultrapassar essa etapa da vida. 

Ah! O amor


            Do amor não se fala, se vive! É por isso que no amor é importante ser um pouco tolo, não pensar demais, quem pensa muito não arrisca.
            E o amor é sempre um risco, não há garantia. De qualquer modo, é dever do sujeito se responsabilizar por sua felicidade e assumir o risco. Felicidade é pessoal é dá trabalho. Não deposite no parceiro a responsabilidade por sua felicidade, essa carga é pesada demais para outro carregar, e a relação acaba fadada ao fracasso.
Não há receita de bolo para os relacionamentos amorosos, há uma construção feita a dois, feita entre os parceiros. O amor é o que faz com que os seres humanos possam conviver, apesar de suas diferenças, porém sempre haverão particularidades, a total harmonia é da ordem do impossível, melhor assim, talvez a complementaridade fosse entediante pela sua previsibilidade.
Não há um deveria ser no amor, um ideal. Amor ideal cai no trágico como Romeu e Julieta. O importante no amor é o que os parceiros podem inventar para estarem juntos, pois homens e mulheres possuem modos diferentes de se satisfazer.
Relacionamento amoroso não transforma a vida no paraíso, talvez torne a vida melhor, mas ainda há muito pela frente.

Crianças com dificuldades escolares


Na atualidade há um aumento da chamada “queixa escolar”. É interessante observar que quando se fala de crianças com dificuldades escolares surgem nominações diversas para qualificar certos comportamentos, como: agitado, hiperativo, sem limites, desajustada, com déficit cognitivo, atrasada, etc.
Essa nomeação tende a fazer uma generalização que exclui o singular, o caso a caso, desse modo, todos possuem o mesmo problema, causando o silenciamento do sujeito que não encontra vias de ser mais que o nome que lhe foi colocado e outros fatores que podem estar relacionados às dificuldades escolares.
Para a psicanálise a queixa escolar pode indicar um mal-estar, que quer dizer algo, e é com o oferecimento de uma escuta que se torna possível que algum saber sobre isso que não se compreende possa advir, agora, produzido pelo próprio sujeito. É permitir que o sujeito tenha a chance de abster-se das nominações que lhe foram imputadas e encontrar-se com aquilo que há de mais particular em si.
É ainda notável que ao escutar a criança com dificuldade escolar, as queixas passam a ganhar significações distintas: impasses em suas relações sociais e familiares, impasses pedagógicos.

Torna-se possível localizar os motivos singulares que levam um sujeito a fracassar ou ter sucesso na escola, bem como reconhecer a participação de cada um na produção desses problemas: a escola, os professores, a família e o próprio sujeito aprendiz. Assim se passa da culpabilização para uma responsabilização.  

Férias em família


            Quando falamos sobre férias nos referimos ao descanso das atividades rotineiras, especialmente o trabalho e a escola. Estamos em uma sociedade em que cada vez mais há uma exigência de produtividade para os indivíduos. Frente a isso, eu diria que as pessoas estão cada vez mais alienadas e envolvidas em suas respectivas atividades e rotina.
Até mesmo as crianças não estão livres disso, talvez sejam as que mais sentem os efeitos do funcionamento da sociedade atual. Para as crianças é necessário que sejam super crianças, tem-se aumentado as horas de escola, há um excesso de cursos e atividades. Ou percebemos o contrario disso, uma demanda de que sejam comportadas, que não sejam “crianças”, são ofertados (gadgets) como tablets e celulares para que se mantenham distraídas, assim como os pais estão a todo momento “on line”.  
            E agora o que podemos falar sobre família? Onde está a família? Será que em algum momento, efetivamente, frente a essa agitação as famílias se encontram?
Verificamos então que muitas vezes os momentos reservados para as relações sociais e familiares estão dominadas pelos gadgets, cada um com seu “aparelhinho” a mão. As famílias vêm se encontrado cada vez menos e tendo mais dificuldades em relacionar-se, pois a convivência demanda amor, paciência, atenção ao outro, e nessa sociedade onde tudo é descartável se padece de investimento.

            Férias em família! Gostaria que nessas férias todos possam aproveitar as férias para realmente descansar da rotina, estar com quem se gosta, refletir sobre o ano que passou e sobre o que virá e investir naquilo que mais tem valor. 

As pessoas gostam de sofrer?!


É muito comum escutar alguém comentando que fulano gosta de sofrer; por não estar com alguém que lhe trate bem, insistir em algo falido, ou até mesmo estar doente e ter benefícios nessa posição.
Apesar de muitos falarem, ainda assim, as pessoas estranham que possa haver alguma satisfação de uma situação entendida como “ruim”. Pois bem, em psicanálise chamamos isso de gozo, quer dizer que estamos implicados em nosso sofrimento, há sempre algo próprio nas boas e más situações que vivemos.

Nem sempre nossa forma de gozar, de ser, é compatível com aquela que esperávamos, e que muito se idealiza, e geralmente sofremos por isso. Há pessoas que passam por suas vidas reclamando daquilo que não são, desejando ser de outra maneira. Por outro lado, pode haver uma “responsabilização”, é possível se responsabilizar por quem se é, e talvez fazer algo bacana com isso. Tornar-se aquele “cara” que desejava ser?! Hummm, acho que não, mas pelo menos se divertir com quem não se é. 

Qual a implicação dos pais no tratamento analítico com crianças?



Quando o psicólogo/psicanalista se propõe a atender uma criança faz-se necessário levar em conta que este sujeito encontra-se inserido em um meio social: escola, amigos, familiares. Sendo assim, escutar os personagens significativos que estão ao redor dela é de suma importância para o avanço desse trabalho.
Os pais ou aqueles que fazem o papel de pais, seus responsáveis, possuem destaque especial, muitas vezes eles podem estar implicados nos sintomas dos filhos.
As queixas dos pais em relação aos filhos podem estar relacionadas às suas próprias questões subjetivas. Acolher a demanda parental é necessário, não como mais um paciente que está em tratamento, também não pela via de uma orientação, e sim disponibilizar espaço para que os pais possam se situar em relação às dificuldades do filho e também frente as suas próprias vivencias.