Gabriela Ely - Psicanalista
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quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Novos sintomas - Anorexia
A psicanálise reflete sobre o mal estar de cada época, nesse sentido hoje se está discutindo os denominados “novos sintomas”, estes sintomas que estão articulados a constituição da sociedade que vivemos. Nos dias de hoje verifica-se o predomínio do discurso capitalista e o da ciência, que acabam por anular a particularidade do sujeito, transformando o individuo em um sujeito de consumo, e esses novos sintomas surgem em decorrência desse movimento.
Encontramos hoje como sintomas contemporâneos: as drogadições, alterações da conduta alimentícia, excesso de atividades esportivas, atividades de risco, entre outros.
As principais alterações alimentícias são: anorexia, bulimia e ainda, a obesidade. Nesse texto está em destaque a anorexia. Com a psicanálise compreende-se que os sintomas que envolvem a questão alimentícia não são decorrentes apenas de uma disfunção nutricional, em que, nesse caso, uma reeducação alimentar seria suficiente. Há muito mais em jogo nesses sintomas que a necessidade do ser humano de alimentar-se. Esses sintomas estão articulados com o outro, no caso da anorexia, aceitar ou não o alimento é aceitar ou não o alimento ofertado por um outro individuo. Está é uma questão intersubjetiva, na anorexia trata-se mais de um “comer o nada” do que não comer nada, verifica-se uma recusa ao ofertado pelo outro.

Para a psicanálise a anorexia é um sintoma e não uma doença, sendo assim propõe-se que o sintoma seja trabalhado de acordo com a singularidade do sujeito. 

Psicanálise 

Pode haver para um sujeito um momento contingencial em que ocorre um desequilíbrio e surge um mal estar. São diversas as tentativas de apaziguar esse mal estar, há o intuito de voltar a um equilíbrio. Nessas situações de sofrimento intenso é comum se procurar auxilio de um profissional da saúde, em que se busca através de procedimentos, medicamentos, técnicas aplacar os sintomas (queixas) trazidas pelo sujeito. Apesar de toda evolução científica, esta ainda possui limites. De acordo com Jorge Forbes “poderíamos entender que a psicanálise se ocupa do silêncio da ciência/medicina”, do mal­estar que se recusa a curado, quer dizer, a psicanálise entra em jogo no limite da ciência. É na constatação de uma falta, de um mal estar inerente, de um impossível de tratar que se instala a psicanálise.
 A cada um de nós também cabe inventar sobre o silêncio e se responsabilizar por sua criação.  A responsabilidade a que nos referimos é frente ao acaso e à surpresa, contrariando completamente o bom senso.  Responsabiliza-se o sujeito pelo que há de mais verdadeiro em si, seja este bonito ou feio, na sua dor e nas suas conquistas. Fazer análise pode ser uma intensificação da potência de vida, ensinando ao sujeito a ser protagonista de sua própria história.


Forbes, J. Os caminhos lógicos da psicanálise: O nome próprio. A ética de psicanálise, Belo Horizonte, 1988.